ELETIVA 01/2014
TROPICÁLIA:
entre versos, atitudes e canções
PESQUISAS DOS ESTUDANTES
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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
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EDITORES
25 Natália Ap de Sousa Silva/3A
6 Ágatha Montes Mares Gonçalves/1C
13 Luã Gonçalo Pereira Gonçalves/2A
Uma década explosiva
1959 - Fidel Castro e seus companheiros tomam o poder em Cuba.
1961 - Fracassa o desembarque dos exilados anticastristas na baía dos Porcos (Cuba). Jânio Quadros renuncia à presidência do Brasil. A "campanha da legalidade" assegura a posse do vice-presidente João Goulart, embora com poderes presidenciais diminuídos devido à adoção do regime parlamentarista.
1963 - Os Estados Unidos se envolvem na guerra do Vietnã. O pastor Martin Luther King lidera 250 mil pessoas numa marcha sobre Washington, exigindo igualdade racial e direitos civis para os negros. São assassinados os presidentes John Kennedy, dos Estados Unidos, e Ngo Dinh Diem, do Vietnã do Sul. Um plebiscito restabelece o presidencialismo no Brasil e estimula o confronto em torno da questão da terra e de outras "reformas de base" apoiadas por organizações como as Ligas Camponesas.
1964 - O presidente João Goulart é derrubado por forças militares. É aprovada a Lei dos Direitos Civis nos Estados Unidos. Luther King recebe o Prêmio Nobel da Paz. Os americanos começam a bombardear o Vietnã do Norte.
1967 - Che Guevara é preso e executado na Bolívia, por soldados do Exército. Na Tchecoslováquia, o líder comunista Alexander Dubcek impulsiona reformas democratizantes do regime: a chamada "Primavera de Praga".
1968 - Vietnã - em fevereiro, a ofensiva do Tet (o Ano-Novo) realizada por guerrilheiros e tropas norte-vietnamitas, afasta qualquer perspectiva de vitória puramente militar norte-americana na Guerra do Vietnã, mostrando que o conflito só poderá ter uma solução política.
Estados Unidos - em junho, é assassinado Robert Kennedy, irmão do presidente John Kennedy e candidato à presidência; em outubro, Martin Luther King é morto a tiros.
Tchecoslováquia - tropas soviéticas e de outros membros do Pacto de Varsóvia invadem o país em agosto, esmagando a "Primavera de Praga".
França - manifestações estudantis na faculdade de Nanterre em 22 de março desdobram-se, em maio, em confrontos com a polícia e em greves operárias. No dia 9, Paris cobre-se de barricadas e os paralelepípedos arrancados das ruas tornam-se projéteis para deter a investida policial. A essa altura, operários participam das passeatas ao lado dos estudantes. No dia 13 é decretada a greve geral; no dia 16, os operários ocupam a Renault; no dia 21, há 10 milhões de franceses em greve. No dia 25, o governo negocia com as centrais sindicais, atendendo a algumas reivindicações econômicas e minando desse modo a aproximação entre operários e estudantes. No dia 29, o presidente De Gaulle viaja secretamente para a Alemanha e assegura o apoio das tropas francesas ali sediadas. De volta no dia 30, dissolve a Assembléia. Uma passeata de um milhão de franceses em seu apoio mostra que o "partido da ordem" está pronto para a contra-ofensiva.
Brasil
Março - no dia 28, a morte do secundarista Édson Luís de Lima Souto, abatido pela polícia no Rio de Janeiro, causa indignação; 50 mil pessoas protestam no seu enterro.
Abril - no dia 16 têm início os 9 dias de greve dos metalúrgicos de Contagem (MG).
Junho - no dia 26 realiza-se no Rio de Janeiro a Passeata dos 100 Mil; representantes do movimento se reúnem com o presidente Costa e Silva.
Julho - nos dias 16, 17 e 18, operários em greve paralisam seis das onze empresas metalúrgicas de Osasco (SP). Na capital paulista, militantes do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) agridem os artistas do espetáculo Roda Viva, no Teatro Ruth Escobar.
Outubro - no dia 2, alunos da "Maria Antônia", sede da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP e pólo revolucionário do movimento estudantil, enfrentam os do Mackenzie, reduto conservador no qual atuavam núcleos anticomunistas. No confronto é morto a tiros o secundarista José Guimarães, que apoiava a "Maria Antônia". No dia 12, em Ibiúna (SP), são presos os delegados do Congresso da UNE, clandestino.
Dezembro - a decretação do AI-5 inaugura uma nova fase, ainda mais repressora, do regime militar. Setores radicais de oposição à ditadura voltam-se para as ações armadas.
1959 - Fidel Castro e seus companheiros tomam o poder em Cuba.
1961 - Fracassa o desembarque dos exilados anticastristas na baía dos Porcos (Cuba). Jânio Quadros renuncia à presidência do Brasil. A "campanha da legalidade" assegura a posse do vice-presidente João Goulart, embora com poderes presidenciais diminuídos devido à adoção do regime parlamentarista.
1963 - Os Estados Unidos se envolvem na guerra do Vietnã. O pastor Martin Luther King lidera 250 mil pessoas numa marcha sobre Washington, exigindo igualdade racial e direitos civis para os negros. São assassinados os presidentes John Kennedy, dos Estados Unidos, e Ngo Dinh Diem, do Vietnã do Sul. Um plebiscito restabelece o presidencialismo no Brasil e estimula o confronto em torno da questão da terra e de outras "reformas de base" apoiadas por organizações como as Ligas Camponesas.
1964 - O presidente João Goulart é derrubado por forças militares. É aprovada a Lei dos Direitos Civis nos Estados Unidos. Luther King recebe o Prêmio Nobel da Paz. Os americanos começam a bombardear o Vietnã do Norte.
1967 - Che Guevara é preso e executado na Bolívia, por soldados do Exército. Na Tchecoslováquia, o líder comunista Alexander Dubcek impulsiona reformas democratizantes do regime: a chamada "Primavera de Praga".
1968 - Vietnã - em fevereiro, a ofensiva do Tet (o Ano-Novo) realizada por guerrilheiros e tropas norte-vietnamitas, afasta qualquer perspectiva de vitória puramente militar norte-americana na Guerra do Vietnã, mostrando que o conflito só poderá ter uma solução política.
Estados Unidos - em junho, é assassinado Robert Kennedy, irmão do presidente John Kennedy e candidato à presidência; em outubro, Martin Luther King é morto a tiros.
Tchecoslováquia - tropas soviéticas e de outros membros do Pacto de Varsóvia invadem o país em agosto, esmagando a "Primavera de Praga".
França - manifestações estudantis na faculdade de Nanterre em 22 de março desdobram-se, em maio, em confrontos com a polícia e em greves operárias. No dia 9, Paris cobre-se de barricadas e os paralelepípedos arrancados das ruas tornam-se projéteis para deter a investida policial. A essa altura, operários participam das passeatas ao lado dos estudantes. No dia 13 é decretada a greve geral; no dia 16, os operários ocupam a Renault; no dia 21, há 10 milhões de franceses em greve. No dia 25, o governo negocia com as centrais sindicais, atendendo a algumas reivindicações econômicas e minando desse modo a aproximação entre operários e estudantes. No dia 29, o presidente De Gaulle viaja secretamente para a Alemanha e assegura o apoio das tropas francesas ali sediadas. De volta no dia 30, dissolve a Assembléia. Uma passeata de um milhão de franceses em seu apoio mostra que o "partido da ordem" está pronto para a contra-ofensiva.
Brasil
Março - no dia 28, a morte do secundarista Édson Luís de Lima Souto, abatido pela polícia no Rio de Janeiro, causa indignação; 50 mil pessoas protestam no seu enterro.
Abril - no dia 16 têm início os 9 dias de greve dos metalúrgicos de Contagem (MG).
Junho - no dia 26 realiza-se no Rio de Janeiro a Passeata dos 100 Mil; representantes do movimento se reúnem com o presidente Costa e Silva.
Julho - nos dias 16, 17 e 18, operários em greve paralisam seis das onze empresas metalúrgicas de Osasco (SP). Na capital paulista, militantes do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) agridem os artistas do espetáculo Roda Viva, no Teatro Ruth Escobar.
Outubro - no dia 2, alunos da "Maria Antônia", sede da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP e pólo revolucionário do movimento estudantil, enfrentam os do Mackenzie, reduto conservador no qual atuavam núcleos anticomunistas. No confronto é morto a tiros o secundarista José Guimarães, que apoiava a "Maria Antônia". No dia 12, em Ibiúna (SP), são presos os delegados do Congresso da UNE, clandestino.
Dezembro - a decretação do AI-5 inaugura uma nova fase, ainda mais repressora, do regime militar. Setores radicais de oposição à ditadura voltam-se para as ações armadas.
As 15 Melhores Músicas contra a Ditadura Militar brasileira
GOLPE MILITAR DE 1964
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.
Charles Chaplin
MUNDO
MUNDO
CONTRACULTURA
Contracultura é um movimento que teve seu auge na década de 1960, quando teve lugar um estilo de mobilização e contestação social e utilizando novos meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, resumido como uma cultura underground, cultura alternativa ou cultura marginal, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano, embora o movimento Hippie, que representa esse auge, almejasse a transformação da sociedade como um todo, através da tomada de consciência, da mudança de atitude e do protesto político.
A contracultura pode ser definida como um ideário altercador que questiona valores centrais vigentes e instituídos na cultura ocidental. Justamente por causa disso, são pessoas que costumam se excluir socialmente e algumas que se negam a se adaptarem às visões aceitas pelo mundo. Com o vultoso crescimento dos meios de comunicação, a difusão de normas, valores, gostos e padrões de comportamento se libertavam das amarras tradicionais e locais – como a religiosa e a familiar -, ganhando uma dimensão mais universal e aproximando a juventude de todo o globo, de uma maior integração cultural e humana. Destarte, a contracultura desenvolveu-se na América Latina, Europa e principalmente nos EUA onde as pessoas buscavam valores novos.
Na década de 60, dessa forma, o mundo conheceu o principal e mais influente movimento de contra cultura ja existente, o movimento Hippie.
Os hippies se opunham radicalmente aos valores culturais considerados importantes na sociedade: o trabalho, o patriotismo e nacionalismo, a ascensão social e até mesmo a "estética padrão".
Na verdade, como ideário, muitos consideram o Existencialismo de Sartre como o marco inicial da contracultura, já na década de 1940, com seu engajamento político, defesa da liberdade, seu pessimismo pós-guerra, etc, portanto, um movimento filosófico mais restrito, anterior ao movimento basicamente artístico e comportamental da Beat Generation que resultaria em um movimento de massa, o movimento Hippie.
Por contracultura, segundo Pereira, pode-se entender duas representações até certo ponto diferentes, ainda que muito ligadas entre si: Finalmente, esta ruptura ideológica do establishment, a que se se convencionou chamar de contracultura, modificou inexoravelmente o modo de vida ocidental, seja na esfera social, com a gênese do Movimento pelos Direitos Civis; no âmbito musical, com o surgimento de gêneros musicais e organização de festivais; e na área política, como os infindos protestos desencadeados pela beligerância ianque. Pode-se citar ainda o movimento estudantil Maio de 68, ocorrido na França, além da Primavera de Praga, sucedida na Tchecoslováquia no mesmo ano. Pereira (1992) assevera que é difícil negar que a contracultura seja a última – pelo menos até agora - grande utopia radical de transformação social que se originou no Ocidente.
O principal marco histórico da cultura "hippie" foi o "WOODSTOCK.
Woodstock Music & Art Fair (conhecido informalmente como Woodstock ou Festival de Woodstock)
Foi um festival de música realizado entre os dias 15 a 18 de agosto de 1969 na fazenda de 600 acres de Max Yasgur na cidade rural de Bethel, no estado de Nova York, Estados Unidos.
Anunciado como "Uma Exposição Aquariana: 3 Dias de Paz & Música", o festival deveria ocorrer originalmente na pequena cidade de Woodstock, mas os moradores locais não aceitaram, o que levou o evento para a pequena Bethel, a uma hora e meia de distância.
O festival exemplificou a era HIPPIE e a CONTRACULTURA do final dos anos 1960 e começo de 70. Trinta e dois dos mais conhecidos músicos da época apresentaram-se durante um chuvoso fim de semana defronte a meio milhão de espectadores. Apesar de tentativas posteriores de emular o festival, o evento original provou ser único e lendário, reconhecido como um dos maiores momentos na história da música popular.
Woodstock Jimi Hendrix Janis Joplin 1969 Live Canned Heat
woodstock 1969
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HÉLIO OITICICA
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Qual seria a função de uma cultura? Afirmar as diferenças entre os povos? Projetar a história de uma civilização? Ou definir por conta de uma série de hábitos e costumes as características de uma nação?
HÉLIO OITICICA
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Qual seria a função de uma cultura? Afirmar as diferenças entre os povos? Projetar a história de uma civilização? Ou definir por conta de uma série de hábitos e costumes as características de uma nação?
Essas são questões que ocupam o pensamento de artistas e intelectuais brasileiros durante varias décadas, principalmente, a partir do século XX. Dessa maneira, a resposta para esse tipo de questão acabou ganhando diferentes repercussões na literatura, no teatro e nas artes plásticas.
TRAÇANDO ARTE- HÉLIO OITICICA
EXPERIÊNCIA: PARANGOLÉ OITICICA
DIVERSO: HÉLIO OITICICA
parte 1
parte 2
Artista plástico brasileiro nascido em 26 de julho de 1937, na cidade do Rio de Janeiro. Era anarquista, conhecia o ambiente dos morros cariocas, morou nos Estados Unidos de 1948 a 1950.
Hélio Oiticica iniciou no estilo concreto e neoconcreto, gostava do caráter experimental da arte, tendo forte personalidade inventiva e inovadora. Uma de suas obras mais elaboradas foi “Parangolés”, de 1964, união de capas, estandartes coloridos de algodão e náilon com poemas em tinta sobre tecido.
Segundo Oiticica : “A obra nasce de apenas um toque na matéria. Quero que a matéria de que é feita minha obra permaneça tal como é, o que a transforma em expressão é nada mais que um sopro; um sopro interior, de plenitude cósmica. Fora disso não há obra. Basta um toque, nada mais.”
Estudou com Ivan Serpa em meados da década de 50, época que entrou para o Grupo Frente, e Movimento Neoconcreto. Em 1960, participou na exposição internacional de arte concreta de Zurique, Suíça. Em 1970, participou em Nova York da mostra “information”, viveu nos EUA até 1978.
Faleceu em 22 de março de 1980. Em 1996, na cidade do Rio de Janeiro, foi criado o Centro de Artes Hélio Oiticica.
Também nascia a Jovem Guarda aos cuidados de Roberto, Wanderléia e Erasmo Carlos.
No ano de 1966 houve uma grande mudança na história tanto na área musical quanto na da moda, arte visual, cinema e literatura.
"Na verdade a música A Banda é que fora a vencedora do festival, mas Chico Buarque disse a Paulinho Machado de Carvalho que se recusava a receber o prêmio, porque achava Disparada melhor música. E falou a sério. O manda-chuva da Record então reuniu-se com os jurados e resolveram decretar o empate, que acabou premiando as duas canções que tinham a preferência popular. O resultado real foi de 7 votos para a Banda e 5 para Disparada. A versão oficial foi que ficou 6 a 6. Paulinho Carvalho entregou o envelope com os votos a Zuza, recomendando que o guardasse num cofre e mantivesse segredo, que Zuza guardou por muitos anos.
Na época, Chico Buarque tinha 22 anos de idade e era apenas um promissor compositor. Nunca revelou isso a ninguém. "
As mudanças de comportamento entre os jovens na década de 60 tinham como idéias-chave "comunidade" e "tribo", servindo de base a um novo estilo de vida. Uma parte fundamental dessas mudanças se manifestou na esfera do prazer. A difusão da pílula anticoncepcional permitiu o sexo sem o risco de uma gravidez indesejada. O tabu da virgindade foi questionado, na teoria e na prática; as mulheres ganharam maior liberdade pessoal e profissional. Ter múltiplos parceiros no âmbito da tribo - da escola às comunidades hippies - tornou-se prática não condenada. O slogan "Paz e Amor" sintetizava a oposição à guerra e o direito à sexualidade livre.
Esse movimento, início de uma profunda revolução de costumes, deu aos jovens a oportunidade para negociar regras, transgredir leis e modificá-las, ultrapassar limites e, em especial, experimentar novas formas de relacionamento.
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ANOS 60 A 65
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REDATORES
22 Danielle Santos Souza 2C
21 Vínicius da Silva Oliveira Carvalho 2C
23 Nicole Alves do Nascimento 2C
14 Sabrina Eduarda da Silva 2B
16 Thayna Rebeca Vieira pires Rocha 2B
18 Nathália Cássia Félix Chaves 2B
1 Kennedy Luis ribeiro Machado 1A
8 Laura Beatriz Alves Novais Santos 1C
21 Vínicius da Silva Oliveira Carvalho 2C
23 Nicole Alves do Nascimento 2C
14 Sabrina Eduarda da Silva 2B
16 Thayna Rebeca Vieira pires Rocha 2B
18 Nathália Cássia Félix Chaves 2B
1 Kennedy Luis ribeiro Machado 1A
8 Laura Beatriz Alves Novais Santos 1C
Principais artistas da Bossa Nova (brasileiros e estrangeiros)
- Antônio Carlos Jobim http://www.lastfm.com.br/music/Ant%C3%B4nio+Carlos+Jobim
- João Gilberto http://www.lastfm.com.br/music/Jo%C3%A3o+Gilberto
- Nouvelle Vague http://www.lastfm.com.br/music/Nouvelle+Vague
- Astrud Gilberto http://www.lastfm.com.br/music/Astrud+Gilberto
- Bebel Gilberto http://www.lastfm.com.br/music/Bebel+Gilberto
- Stan Getz http://www.lastfm.com.br/music/Stan+Getz
- Chico Buarque http://www.lastfm.com.br/music/Chico+Buarque
- Sérgio Mendes & Brasil '66
http://www.lastfm.com.br/music/S%C3%A9rgio+Mendes+&+Brasil+%2766 - Nara Leão http://www.lastfm.com.br/music/Nara+Le%C3%A3o
- Elis Regina http://www.lastfm.com.br/music/Elis+Regina
- Gal Costa http://www.lastfm.com.br/music/Gal+Costa
- Marcos Valle http://www.lastfm.com.br/music/Marcos+Valle
- Stan Getz & João Gilberto http://www.lastfm.com.br/music/Stan+Getz+&+Jo%C3%A3o+Gilberto
- Caetano Veloso http://www.lastfm.com.br/music/Caetano+Veloso
- Baden Powell http://www.lastfm.com.br/music/Baden+Powell
- Sérgio Mendes http://www.lastfm.com.br/music/S%C3%A9rgio+Mendes
- Jorge Ben http://www.lastfm.com.br/music/Jorge+Ben
- Céu http://www.lastfm.com.br/music/C%C3%A9u
- Luiz Bonfá http://www.lastfm.com.br/music/Luiz+Bonf%C3%A1
- Celso Fonseca http://www.lastfm.com.br/music/Celso+Fonseca
- Andrey Makarov http://www.lastfm.com.br/music/Andrey+Makarov
- Vinicius de Moraes http://www.lastfm.com.br/music/Vinicius+De+Moraes
- Eliane Elias http://www.lastfm.com.br/music/Eliane+Elias
- Tamba Trio http://www.lastfm.com.br/music/Tamba+Trio
- Maria Rita http://www.lastfm.com.br/music/Maria+Rita
- Toquinho http://www.lastfm.com.br/music/Toquinho
- Sylvia Telles http://www.lastfm.com.br/music/Sylvia+Telles
- Maria Bethânia http://www.lastfm.com.br/music/Maria+Beth%C3%A2nia
- João Donato http://www.lastfm.com.br/music/Jo%C3%A3o+Donato
- Stan Getz & Charlie Byrd http://www.lastfm.com.br/music/Stan+Getz+&+Charlie+Byrd
- Rosa Passos http://www.lastfm.com.br/music/Rosa+Passos
- Os Cariocas http://www.lastfm.com.br/music/Os+Cariocas
- Gilberto Gil http://www.lastfm.com.br/music/Gilberto+Gil
- Vanessa da Mata http://www.lastfm.com.br/music/Vanessa+da+Mata
- Carlos Lyra http://www.lastfm.com.br/music/Carlos+Lyra
- Nicola Conte http://www.lastfm.com.br/music/Nicola+Conte
- BossaCucaNova http://www.lastfm.com.br/music/BossaCucaNova
- Cibelle http://www.lastfm.com.br/music/Cibelle
- Walter Wanderley http://www.lastfm.com.br/music/Walter+Wanderley
- Saint Privat http://www.lastfm.com.br/music/Saint+Privat
- Quincy Jones http://www.lastfm.com.br/music/Quincy+Jones
- Edu Lobo http://www.lastfm.com.br/music/Edu+Lobo
- Quarteto Em Cy http://www.lastfm.com.br/music/Quarteto+Em+Cy
- Marisa Monte http://www.lastfm.com.br/music/Marisa+Monte
- Ive Mendes http://www.lastfm.com.br/music/Ive+Mendes
- Paula Morelenbaum http://www.lastfm.com.br/music/Paula+Morelenbaum
- Roberto Menescal http://www.lastfm.com.br/music/Roberto+Menescal
- Rosalia de Souza http://www.lastfm.com.br/music/Rosalia+De+Souza
- Michelle Simonal http://www.lastfm.com.br/music/Michelle+Simonal
- Bossa Nostra http://www.lastfm.com.br/music/Bossa+Nostra
- Charlie Byrd http://www.lastfm.com.br/music/Charlie+Byrd
- Leila Pinheiro http://www.lastfm.com.br/music/Leila+Pinheiro
- Antônio Carlos Jobim e Elis Regina
http://www.lastfm.com.br/music/Antonio+Carlos+Jobim+&+Elis+Regina - Djavan http://www.lastfm.com.br/music/Djavan
- Joyce http://www.lastfm.com.br/music/Joyce
- Ivan Lins http://www.lastfm.com.br/music/Ivan+Lins
- Laurindo Almeida http://www.lastfm.com.br/music/Laurindo+Almeida
- Wanda Sá http://www.lastfm.com.br/music/Wanda+S%C3%A1
- Maysa http://www.lastfm.com.br/music/Maysa
- Henri Salvador http://www.lastfm.com.br/music/Henri+Salvador
- Elza Soares http://www.lastfm.com.br/music/Elza+Soares
- Zimbo Trio http://www.lastfm.com.br/music/Zimbo+Trio
- Jim Tomlinson http://www.lastfm.com.br/music/Jim+Tomlinson
- Nana Caymmi http://www.lastfm.com.br/music/Nana+Caymmi
- Maria Creuza http://www.lastfm.com.br/music/Maria+Creuza
- Bola Sete http://www.lastfm.com.br/music/Bola+Sete
- Milton Banana Trio http://www.lastfm.com.br/music/Milton+Banana+Trio
Disponível em: http://www.lastfm.com.br/tag/bossa%20nova/artists
Zé Kéti (foto) foi uma espécie de elo entre o samba de morro e a classe média
Roupas na era "Bossa Nova"
# Look Anos 60
Início dos anos 60 |
A moda dos anos 60 começou com vestidos confeccionados abaixo dos joelhos com estampas de bolinha e bem rodados, calças de bolinha coloridas ou listradas usadas com blusas clássicas ou boleros e terminou com as famosas minissaias.
Confira no vídeo abaixo como fazer um look anos 60.
BOSSA NOVA: O TRIUNFO DA ZONA SUL CARIOCA
A maioria dos ouvintes dos rádios espalhados por todo o país não conseguia entender que tipo de música era aquela que estava sendo veiculada por vários “disc-jockeys”, quase sempre com comentários sobre a excelência dessa nova safra da música popular brasileira, que chegara para modificar para sempre o panorama musical do país. Quem comprava o disco, na maioria, não conseguia perceber como tal música podia ser chamada de samba-canção, conforme constava do rótulo do 78 rpm, se aquilo não era efetivamente samba-canção. O certo é que as massas - o povão - detestavam, ninguém compreendendo como um cantor como aquele, “que não sabia nem cantar direito”, com uma “vozinha” às vezes impossível até de se escutar de forma apropriada, pudesse fazer tanto sucesso em determinados setores da sociedade. A surpresa foi ficando cada vez maior quando os leitores da Revista do Rádio (n.º 488, de 24.01.1959) tomaram conhecimento de que aquela música tão “esquisita”, já era um êxito nacional, aparecendo em primeiro lugar na parada de sucessos da revista, deixando para trás vários pesos pesados do cancioneiro nacional e estrangeiro.
Conhecendo um pouco sobre a Bossa Nova
Nomes da Bossa
http://www.bossanova.mus.br/nomesdabossa.php
Silêncios da Ditadura: ira provocada por músicas
A advocacia nos anos de chumbo
“Sou como a soca da cana, me cortem que eu nasço sempre”
Bossa Nova
Diferentes harmonias, poesias mais simples, novos ritmos. - Ritmo é batida, como do relógio, do pulso, do coração- E Bossa Nova é batida diferente do violão, poesia diferente das letras, cantores diferentes dos mestres. A Bossa Nova não seria melhor nem pior. Seria completamente diferente de tudo, mais intimista, mais refinada, mais alegre, otimista. Diferente. Não começou especificamente num lugar, numa rua, num evento, num Festival. A rigor, ela não é nem um gênero musical. É o tratamento que se dá a uma música, em termos de 'batida' e de ritmo.
O primeiro grande marco inicial da Bossa Nova aconteceu em primeiro de março de 1958,quando João Gilberto cantou, com a batida de violão diferente, 'Chega de Saudade', posteriormente gravada por Eliseth Cardoso, no disco 'Canção do amor demais'. Em 1956, ninguém falava em Bossa Nova, mas o apartamento onde morava Nara Leão, no Edifício Palácio Champs Elysée, em frente ao Posto 4, já era ponto de reunião dos rapazes bronzeados de Copacabana: Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Boscoli e outros. Não se compunham músicas ali. Ouviam-se. E trocavam idéias.
Só no ano seguinte, em 1957, João Gilberto chegou ao Rio e, certa noite, foi à casa de Roberto Menescal, na Galeria do mesmo nome, em Copacabana. E aconteceu o grande encontro: O ritmo encontrou a música e a poesia.
O primeiro grande marco inicial da Bossa Nova aconteceu em primeiro de março de 1958,quando João Gilberto cantou, com a batida de violão diferente, 'Chega de Saudade', posteriormente gravada por Eliseth Cardoso, no disco 'Canção do amor demais'. Em 1956, ninguém falava em Bossa Nova, mas o apartamento onde morava Nara Leão, no Edifício Palácio Champs Elysée, em frente ao Posto 4, já era ponto de reunião dos rapazes bronzeados de Copacabana: Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Boscoli e outros. Não se compunham músicas ali. Ouviam-se. E trocavam idéias.
Só no ano seguinte, em 1957, João Gilberto chegou ao Rio e, certa noite, foi à casa de Roberto Menescal, na Galeria do mesmo nome, em Copacabana. E aconteceu o grande encontro: O ritmo encontrou a música e a poesia.
I Festival de Música Popular Brasileira
1965
TV EXCELSIOR/SP
Grande número de compositores e muitas canções foram inscritas.
Comissão fez uma garimpagem nas melhores músicas: Baden Powell, Francis Hime, Caetano Veloso e Chico Buarque (que ainda eram quase desconhecidos do grande público).
Diversos intérpretes importantes da época foram convidados para defenderem as músicas: Claudete Soares, Wilson Simonal, Elis Regina, Cauby Peixoto, Elizeth Cardoso, entre outras tantas.
A classificação das músicas se deu em 4 etapas.
Os grandes vencedores deste Festival foram Edu Lobo e Vinícius de Moraes com a música Arrastão, interpretada por Elis Regina; em segundo lugar novamente Vinícius de Moraes, mas desta vez em parceria com o grande músico Baden Powell, com a composição Valsa do Amor que Não Vem, que Elizete Cardoso defendeu.
Eh! tem jangada no mar
Eh! eh! eh! Hoje tem arrastão
Eh! Todo mundo pescar
Chega de sombra e João Jô viu
Olha o arrastão entrando
no mar sem fim
É meu irmão me traz Iemanjá
prá mim
Olha o arrastão entrando
no mar sem fim
É meu irmão me traz Iemanjá
prá mim
Minha Santa Bárbara me abençoai
Que me casar com Janaina
Eh! Puxa bem devagar
Eh! eh! eh! Já vem vindo o arrastão
Eh! É a rainha do mar
Vem, vem na rede João prá mim
Valha-me meu Nosso Senhor
do Bonfim
Nunca, jamais se viu tanto
peixe assim
Valha-me meu Nosso Senhor
do Bonfim
Nunca, jamais se viu tanto
peixe assim
Elis Regina - Arrastão 06/04/1965
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ANO 66
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REDATORES
29 Guilherme H. dos Santos Pedro 3A
26 Lorraine Fernandes Araújo 3A
27 Letícia de Oliveira Chagas 3A
28 Driele Bernandes Luiz 3A
19 Natália de Sousa Manganaro 2B
17 Alana Fernandes Nascimento 2B
2 Pablo Gustavo de Azevedo Costa 1A
29 Guilherme H. dos Santos Pedro 3A
26 Lorraine Fernandes Araújo 3A
27 Letícia de Oliveira Chagas 3A
28 Driele Bernandes Luiz 3A
19 Natália de Sousa Manganaro 2B
17 Alana Fernandes Nascimento 2B
2 Pablo Gustavo de Azevedo Costa 1A
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SÃO PAULO
II Festival de Música Popular Brasileira
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A ditadura militar estava a todo vapor intimidando todo mundo, mas por outro lado floresciam programas magníficos como O Fino da Bossa comandada por Elis Regina e Jair Rodrigues trazendo o mundo da Bossa Nova que mostrava sua cara com força total.
Também nascia a Jovem Guarda aos cuidados de Roberto, Wanderléia e Erasmo Carlos.
No ano de 1966 houve uma grande mudança na história tanto na área musical quanto na da moda, arte visual, cinema e literatura.
Na área musical destacamos os seguintes artista:
-Chico Buarque
-Nara leão
-Geraldo Vendré
-Roberto Carlos
-Rita Lee
-Gilberto Gil
-Caetano Veloso
e mais outros que também fizeram parte.
O FESTIVAL, realizado pela TV EXCELCIOR, no Teatro Cultura Artística, Rua Nestor Pestana, junto da Praça Roosevelt, São Paulo, dividido em três etapas de classificação, escolheram 36 canções para a grande finalíssima.
Duas músicas empataram em primeiro lugar: A Banda composição de Chico Buarque,defendido por ele próprio, juntamente com a Nara Leão; Disparada, composta por Geraldo Vandré e Teo de Barros e interpretadas por Jair Rodrigues, Trio Maraiá e Trio Novo.
1º lugar - 1996 - Nara Leão e Chico Buarque - "A Banda" |
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisa do amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas do amor
O homem série que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sar no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas do amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas do amor
1º ligar - Disparada – de Geraldo Vandré e Théo de Barros – com Jair Rodrigues, Trio Maraiá e Trio Novo |
Prepare o seu coração prás coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo, a morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar, eu vivo prá consertar
Na boiada já fui boi, mas um dia me montei
Não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu
Boadeiro muito tempo, laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente, pela vida segurei
Seguia como num sonho, e boadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando
As visões se clareando, até que um dia acordei
Então não pude seguir valente em lugar tenente
E dono de gado e gente, porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente
Se você não concordar não posso me desculpar
Não canto prá enganar, vou pegar minha vida
Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém, que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu querer ir mais longe do que eu
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
Já que um dia montei agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte num reino que não tem rei
"Na verdade a música A Banda é que fora a vencedora do festival, mas Chico Buarque disse a Paulinho Machado de Carvalho que se recusava a receber o prêmio, porque achava Disparada melhor música. E falou a sério. O manda-chuva da Record então reuniu-se com os jurados e resolveram decretar o empate, que acabou premiando as duas canções que tinham a preferência popular. O resultado real foi de 7 votos para a Banda e 5 para Disparada. A versão oficial foi que ficou 6 a 6. Paulinho Carvalho entregou o envelope com os votos a Zuza, recomendando que o guardasse num cofre e mantivesse segredo, que Zuza guardou por muitos anos.
Na época, Chico Buarque tinha 22 anos de idade e era apenas um promissor compositor. Nunca revelou isso a ninguém. "
Zuza Homem de Mello, no livro A era dos festivais, uma parábola
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RIO DE JANEIRO
FIC – Festival Internacional da Canção
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Realizado no Maracanãzinho pela TV Rio.
FASE NACIONAL: A música “Saverios” composta por Dori Caymmi e Nelson foi a grande vencedora da fase nacional e, portanto a representante brasileira neste certame. A música foi recebida pelo público com vaia daquelas, como a muito tempo não se ouvia.
FASE INTERNACIONAL: A grande preferida do público era a canção francesa “L´Amour Taoujour L´Amour” do compositor Daniel Faure, defendida por Guy Mardel que acabou ganhando apenas a terceira colocação.
A tão vaiada “Saveiros” acabou ficando em segundo lugar e a canção alemão “Frag den Wind” composta por Helmut Zacharias e Carl J. Shauber, interpretada pela Inge Bruek se tornou a grande vencedora deste festival.
1º - Frag den Wind – de Helmut Zacharias e Carl J. Schauber – com Inge Bruek – Alemanha |
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RITA LEE fala sobre o TROPICALISMO
A mutante RITA LEE, tutti-frutti maluca-beleza revela detalhes de sua relação com Caetano e Gil, rememora a fase de ouro do Tropicalismo, fala sobre fumo e ácido; depoimento sensacional sobre um dos momentos de maior efersvescência cultural da história brasileira (e em plena ditadura!).
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ANO 67
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REDATORES
20 Nadine Moraes Alves 2C
15 Vinícius Sousa e Silva 2B
9 Juliane Isabele Gonçalves 1C
10 Ana Clara Silva dos Santos 1C
O tropicalismo teve uma grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como, por exemplo,o CONCRETISMO. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art.
O CONCRETISMO foi um movimento vanguardista que ocorreu nas artes plásticas, na música e na poesia.
Finalmente, Sérgio começa. Levanta o braço direito e solta um longo “Aaaaaah!” antes de iniciar a canção: “Homem não chora por fim de glória [...] é, é, é ou não é/ Bebeto é bom de bola”. Estavam abertos para o recinto do Teatro apenas o seu microfone, o do coro dos quatro cantores e os do Quarteto Novo. Mas aquela massa sonora vinda da platéia penetrava com mais intensidade de volume, superando a dos que cantavam e tocavam, ainda que a centímetros de distância. Não havia solução, Sérgio não conseguia ouvir nem Théo de Barros, que estava a uns três metros de distância. Desorientado, olha para os acompanhantes sem saber sequer em que ponto estavam. Ao entrar na terceira parte, “Beto vai chutando pedra/ cheio de amargura/ num terreno tão baldio/ quanto a vida é dura...” Sérgio diz: “Não consigo nem ouvir o som”. Naquela época, não havia monitores. Canta mais um trecho, “e foi-se a glória/ foi-se a copa/ e a nação esqueceu-se do maior craque da história” e faz uma pausa, já bastante preocupado. As vaias se intensificam. Sérgio recomeça: “quando bate a nostalgia/ bate noite escura [...] onde outrora foi seu campo/ de uma aurora pura” e, finalmente, desiste de uma vez. Arranca o microfone do pedestal e proclama: “Vocês ganharam! Vocês ganharam! Mas isso é o Brasil desenvolvido. Vocês são uns animais!”. E repete a última frase. Caminha para lateral, quando Blota se aproxima e toma-lhe o microfone. Sérgio resolve sair de vez, dá mais três passos, para e, visivelmente transtornado, ergue o violão e o arrebenta contra um pedestal. Em seguida impulsiona o braço direito para trás, e numa atitude inimaginável, arremessa o violão quebrado na platéia. No instante em que o violão voava sobre o poço da orquestra, naquele átimo, a sensação foi de que a televisão sairia do ar e o Festival seria suspenso. Os espectadores das primeiras filas erguem-se levantando os braços par se protegerem e o violão cai sobre alguém na terceira fila. Blota e Sérgio estavam brancos. Blota, que tentara evitar o gesto imprevisível, ajuda-o a sair pela lateral, voltando inquieto para verificar se alguém se feriu. Pergunta: “Está tudo bem aí? Aconteceu alguma coisa?”. Ninguém ferido. Théo de Barros ficara tão apavorado que alguém da platéia mandasse o violão de volta que, furtivamente, se protegera atrás do piano.
Com o slogan “Defender O Que É Nosso”, a “Passeata da MPB”, que ficou conhecida como a “Passeata Contra A Guitarra Elétrica”, aconteceu em 17 de julho de 1967, em São Paulo, saindo do Largo São Francisco e desembocando diretamente no Teatro Paramount, na avenida Brigadeiro Luís Antonio, onde ocorreria o programa Frente Ampla da MPB.
Liderada por Elis Regina, mais as presenças de Jair Rodrigues, Zé Keti, Geraldo Vandré, Edu Lobo, MPB-4, e até Gilberto Gil, que entrou de gaiato, essa passeata colocava em confronto 2 tendências, uma conservadora e outra renovadora. Em entrevista a Júlio Maria, no C2+m/Entrevista, O Estado de São Paulo, de 28 de janeiro de 2012, Gil conta que era atraído por Elis, por quem era apaixonado : “…Eu participava com ela daquela coisa cívica, em defesa da brasilidade, tinha aquela mítica da guitarra, como invasora, e eu não tinha isso com a guitarra, mas tinha com outras questões, da militância, era o momento em que nós todos queríamos atuar. E aquela passeata era um pouco a manifestação desse afã na Elis”.
Analise das músicas: Roda Viva
Vamos à letra Roda-viva: ela tem um chão histórico específico, ou seja, os obscuros anos da ditadura. É desse tempo que ela data e é o que esse tempo representou para a experiência brasileira que ela aborda e cifra. Eu falei em "cifra"? Sim, a palavra cifra tem, além da acepção comercial que conhecemos, o sentido de explicação de escrita hermética, enigmática, e, por extensão, passa a significar essa própria escrita. Decifrar é justamente tirar a cifra, tornar o texto claro, interpretá-lo. Como dissemos, a composição de Chico se originou em meio ao turbilhão da instauração da ditadura militar no Brasil. Ditadura que representava, para a cultura, simplesmente o fim da liberdade de expressão. Um meio muito utilizado na época (e, de um modo geral, em períodos não democráticos, no Brasil e em outros países) para driblar a censura foi a metáfora, o despistamento, a linguagem figurada, a cifra. Alguns escritores e jornalistas falavam aparentemente de flores e rouxinóis, quando estavam se referindo à situação político-social brasileira.
O que é roda-viva? Roda-viva é, conforme os dicionários, movimento incessante, corrupio,cortado; é ainda confusão, barulho. O texto menciona ações frustradas pela roda-viva.
Na letra a roda-viva está associada à morte, ao contrário do que indica a palavra. A roda ceifa, arranca aquilo que ainda está em desenvolvimento: a gente estancou de repente. A gente parou (de crescer) de repente. Note-se como é expressivo o uso de estancar, que nos faz lembrar imediatamente de sangue. Somos abortados na capacidade de decidir o próprio destino, de adquirir autonomia como um rio é barrado, como um fluxo de sangue é estagnado.
Essa espécie de vendaval arrebata a voz, o destino das pessoas e a capacidade de exprimir artisticamente seu sofrimento:arrebata-lhes ainda a viola . A roda-viva arrebata da gente a roseira há tanto cultivada e que não teve tempo de exibir tudo o que prometia.
A composição é cortada por dois movimentos: um expressa a ação empenhada, o trabalho sistemático, o desejo de ser o sujeito da própria história. A esse movimento pertence o querer ter voz ativa, o ir contra a corrente (da roda-viva), o cultivo ininterrupto da rosa, o tocar viola na rua e a saudade de tudo isso (na medida em que a saudade pode ajudar a reorganizar o pensamento e a luta). O outro movimento expressa a ação abortiva exercida pela roda-viva. Esse movimento vem expresso numa frase reiterada: "Mas eis que chega a roda-viva e carrega (o que quer que seja) pra lá". A conjunção "mas" sinaliza justamente essa mudança de direção, sinaliza ação adversa. A frase "eis que chega..." vem sempre ligada na letra a um tipo de estribilho, a uma fórmula aparentemente ingênua, que lembra as cantigas de roda: "roda mundo, roda gigante/ roda-moinho, roda pião/ o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração". Essa fórmula, inocente na aparência, dado seu teor caótico e quase surrealista (típico de enigmas, cantigas de ninar etc.) e a referência a brinquedos infantis (roda-gigante, pião), tem o efeito de exprimir um desnorteio, uma situação absurda, fora do esquadro. De fato, não é possível conceber a ditadura como algo natural. Ela não pertence à ordem da razão.
Esses movimentos descritos na letra são, portanto, de trabalho em curso e de sucessiva frustração. Isso descreve muito a experiência brasileira, tanto do ponto de vista social e político como do ponto de vista cultural. Quando estávamos começando a engatinhar na democracia, é instalado o regime totalitário, para o qual não existem indivíduos. Sufoca-se até a saudade (já cativa) de outros tempos.
Mas esse ambiente de tanto mal-estar foi filtrado por Chico Buarque com muita cautela: era preciso despistar a censura, daí a profusão de rodas e de versos encantatórios; era preciso dizer a verdade, daí o tumulto e a sensação de frustração advinda da mesma profusão de rodas, que diríamos serem antes de trator.
Chico BuarqueFrancisco Buarque de Hollanda nasce em 19 de junho de 1944, na cidade do Rio de Janeiro. Quando está com dois anos, sua família se transfere para São Paulo. Tanto seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, como sua mãe, Maria Amélia, gostavam de tocar piano e cantar com os amigos, entre eles Vinícius de Morais. Estuda violão com sua irmã Miúcha e, influenciado por João Gilberto, começa a fazer suas primeiras composições. Cursa até o terceiro ano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Seu primeiro compacto é lançado em 1965. Participa de alguns festivais de música popular brasileira e, em 1966, no II FMPB da TV Record, quando "A banda", música de sua autoria, divide o primeiro lugar com "Disparada". Escreve peças, compõe para cinema e teatro e lança vários álbuns, entre os quais: Construção (1971), Sinal Fechado (1974), Almanaque (1981) e Paratodos (1993). Chico publicou Fazenda Modelo (1974), Chapeuzinho amarelo, livro-poema para crianças (1979), A bordo do Rui Barbosa (publicado em 1981) , Estorvo (1991) e, em 1994, Benjamin, ambos pela Companhia das Letras.
Domingo no Paque
Se você considerar só o título "Domingo no parque", pode achar que se trata de uma canção festiva, ingênua... Mas não é bem assim, não. Você já viu um jogo de capoeira? Aliás: um jogo ou uma luta? É, em geral, usamos o verbo jogar nesse caso: "Fulano joga capoeira muito bem". Mas a capoeira pode ser também uma luta, com um sistema definido de ataque e defesa. Digamos que a letra de Gil de certa maneira se apóia nessa ambigüidade da capoeira. O ritmo da composição lembra em tudo o gingado desse jogo que se originou entre os escravos bantos (de Angola) no Brasil colônia.
É, o que está literalmente em jogo aqui é uma luta de morte. "Domingo no parque", à maneira das canções de Chico Buarque, é fundamentalmente uma canção narrativa, fazendo uso de um tempo verbal típico do gênero narrativo (ou épico), que é o pretérito: "trabalhava", "resolveu", "foi", entre outros. Os personagens são dois amigos: José, o rei da brincadeira, e João, o rei da confusão. O acontecimento trágico de que a letra dá notícia ocorrerá justamente num dia em que esses personagens contrariam, digamos assim, seus atributos: porque João escolhe a brincadeira, José se encaminha para a confusão, para a briga:
"A semana passada, no fim da semana,
João resolveu não brigar,
no domingo de tarde saiu apressado
e não foi pra ribeira jogar capoeira
não foi pra lá, pra ribeira, foi namorar".
Nesse trecho, aliás, notamos um recurso que vai ser usado em toda a letra: a anáfora, a repetição de palavras. Note que em "não foi pra lá, pra ribeira, foi namorar", o verbo "ir" aparece ora numa frase negativa, ora numa frase afirmativa, a qual é uma adversativa, com omissão do mas: "não foi pra lá (...), mas foi namorar". O nó da ação, ou seja, o seu ponto crítico, que vai precipitar o acontecimento trágico, é favorecido por esse desvio da rotina: João não vai brigar,(mas) vai namorar. E José? Corte na ação, agora o foco se concentra nele:
"O José como sempre no fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio
Foi no parque que ele avistou
Juliana
Foi que ele viu(...)'.
A reprodução do incidente se dá aos arrancos, por descontinuidades sintáticas e repetições:"Foi que ele avistou/ Juliana/ foi que ele viu Juliana na roda com João". É como se a descoberta de José ocorresse por partes: ele avista Juliana, mas ainda não vê tudo. O verbo "ver" aqui ganha o sentido de abarcar o conjunto, a totalidade, por oposição ao "avistar", que indica olhar segmentado.
É preciso lembrar que não estamos diante de um poema, mas de uma canção, em que letra e música se articulam e que está sujeita a variações de improviso. Conforme o arranjador ou o intérprete, algumas características podem ser enfatizadas. Assim, quando ouvimos Gilberto Gil cantar, primeiro temos "Ele viu", com o verbo "intransitivado"; depois temos "ele viu Juliana na roda com João", em que o verbo volta a ficar transitivo. Essa descontinuidade, essa interrupção da frase, expressa de alguma maneira a comoção de José diante do quadro funesto: o amigo com a sua amada. O choque dessa revelação se dá na linguagem também, que se torna impotente para dar conta de toda a carga dramática da situação. Os objetos, em si inocentes, que Juliana traz na mão, a rosa e o sorvete, vão crescer e adquirir estatuto de símbolo. Já não serão mais inocentes:
"O espinho da rosa feriu Zé
e o sorvete gelou seu coração".
Esses objetos, típicos de um alegre domingo no parque, ganham contornos de pesadelo. São metonímias,ou seja, são partes que valem pelo todo, são índices de algo maior. Lembra-se daqueles sonhos em que um objeto aparentemente simples parece indicar "algo mais" dada sua presença muito marcada e a insistência com que ele fica em nossa memória? Algo disso acontece aqui. Essa atmosfera onírica é intensificada com a repetição, a anáfora:
"O sorvete e a rosa - ê José,
a rosa e o sorvete - ê José".
Temos aqui uma subespécie de anáfora: o quiasmo, a repetição cruzada (formando X) de palavras:
sorvete e rosa
rosa e sorvete.
Veja outra repetição:
"Oi, girando na mente - ô, José
Do José brincalhão - ô, José
Juliana girando - oi, girando
Oi, na roda gigante - oi, girando
Oi, na roda gigante - oi, girando
O amigo João - João".
Tudo gira literalmente, inclusive a cabeça de José, que vai deixando de ser brincalhão. Há uma relação de proporção aqui: quanto mais brinca João, quanto mais gira a roda-gigante, mais José vai se tornando sério e mesmo beligerante. A seriedade de um aumenta conforme a disposição jovial e brincalhona do outro. A repetição do verbo girar mais o uso do gerúndio produzem um efeito hipnotizante. A roda-gigante, rodando, põe a girar também a cabeça e as idéias de José.
A visão terrível desencadeia a luta, toda descrita por metonímias: a roda girando, a faca, o sangue, o sorvete de morango, vermelho, como a prenunciar o desastre que advirá.
O ritmo da capoeira, mistura de jogo e luta, é glosado nessa canção. Visualize um capoeirista jogando: é esse movimento gingado, de avanço e recuo, que descreve o episódio de luta de morte entre João e José. A segunda-feira é de cinzas: amanhã não tem feira nem brincadeira. Nem João nem José. Gilberto Gil Gilberto Passos Gil Moreira nasce em Salvador, Bahia, a 29 de junho de 1942. Passa a infância em Ituaçu, interior baiano, onte tem contato com sanfoneiros e violeiros. Ouve também ídolos do rádio, como Luís Gonzaga. Em 1950 vai estudar em Salvador e, enquanto faz o ginásio, estuda também acordeom. Em 1960 ingressa na Universidade Federal da Bahia para cursar administração de empresas. Em 1963 lança seu primeiro disco, Gilberto Gil - sua música, sua interpretação. Participa de alguns festivais de MPB. Em 1968 lança o disco Gilberto Gil, ligado à tropicália, movimento que teve Gil e Caetano Veloso entre as figuras mais exponenciais. Em dezembro desse mesmo ano é preso em São Paulo, vítima do Ato Institucional nº5. Em Julho de 1969, exila-se em Londres, voltando ao Brasil somente em 1972. Lança vários discos, entre eles, Tropicália ou Panis et Circensis (1968), Um Banda Um (1981), Quanta (1997). Em 1990, é homenageado com o Prêmio Shell para a Música Brasileira, pelo conjunto de sua obra.
Alegria Alegria:
http://tropicaliaepoesia.arteblog.com.br/228548/Analise-da-musica-Alegria-Alegria-de-Caetano-Veloso/
Bibliografias:
http://www.almanaquebrasil.com.br/curiosidades-musica/11478-guitarras-vaiadas-e-violao-quebrado-marcaram-festival-de-67.html
http://anos60.wordpress.com/2012/04/02/a-famigerada-passeata-contra-a-guitarra-eletrica/
https://www.facebook.com/umanoiteem67
MELLO, ZUZA HOMEM DE, A Era Dos Festivais: Uma Parabola, EDITORA 34,2003.
http://www.festivaisdobrasil.com.br/Historias%20e%20%20textos/historiadosfestivais_parte03.htm
http://musicaemprosa.musicblog.com.br/262283/Beto-Bom-de-Bola-vaias-e-violao-quebrado-no-Festival-da-Record-1967/
http://culturabrasil.cmais.com.br/playlists/revisitando-1967
http://sanduichemusical.blogspot.com.br/2011/11/va-iii-festival-da-musica-popular.html
http://tvcultura.cmais.com.br/aloescola/literatura/poesias/chicobuarquedehollanda_rodaviva.htm
http://tvcultura.cmais.com.br/aloescola/literatura/poesias/gilbertogil_domingonoparque.htm
Festival dos Festivais - 1967 - Parte 1
Festival dos Festivais - 1967 - Parte 2
O Festival dos Festivais - 1967 - Parte 3
REDATORES
20 Nadine Moraes Alves 2C
24 | Larissa Maria Machado | 2C |
9 Juliane Isabele Gonçalves 1C
10 Ana Clara Silva dos Santos 1C
5 | Wellington de Morais Silva | 1C |
Bem vindo a noite de 21 de outubro de 1967.
Aqui o tempo roda num instante
Uma canção te consola
Por que não?
Paramos no meio do mundo
Quem me dera agora
Eu tivesse uma viola
Pra cantar
No domingo de tarde
Vem pra cá.
A noite de 21 de outubro de 1967 foi uma das mais marcantes da música popular brasileira. Era a final do 3° Festival da Música Brasileira, promovido pela TV Record. No páreo, disputando o primeiro prêmio, enfileiravam-se canções que se tornariam clássicos da nossa música: Roda Viva, de Chico Buarque; Alegria Alegria, de Caetano Veloso; Domingo no Parque, de Gilberto Gil; Ponteio, de Edu Lobo e Capinam. Volte ao Teatro Paramount e reviva uma parte desta história.
Influências
O tropicalismo teve uma grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como, por exemplo,o CONCRETISMO. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art.
Um Pouco Mais de Conhecimento
O CONCRETISMO foi um movimento vanguardista que ocorreu nas artes plásticas, na música e na poesia.
A arte concreta deve ser compreendida como parte do movimento abstracionista moderno.
Mais informações : http://www.brasilescola.com/literatura/concretismo.htm
Mais informações : http://www.brasilescola.com/literatura/concretismo.htm
Uma outra fonte inspiradora foi a exposição tropicália que o artista plástico Hélio Oiticica realizou em abril de 1967, tendo como objetivo principal "contribuir fortemente para essa objetivação de uma imagem brasileira total, para a derrubada do mito universalista da cultura brasileira, toda calcada na Europa e na América do norte".
Criar com a tropicália o mito da miscigenação (negros, índios, brancos).
Afirmava que a cultura brasileira não deveria receber influências europeias.
"Para a criação de uma verdadeira cultura brasileira, característica e forte, expressiva ao menos, essa herança maldita européia e americana terá que ser absolvida, antropofagicamente, pela negra e índia da nossa terra, que na verdade são as únicas significativas, pois a maioria dos produtos da arte brasileira é híbrida, intelectualizada ao extremo, vazia de um significativo próprio."Hélio Oiticica
Buscando "mastigar" e "triturar" tudo, liderado por Gilberto Gil e Caetano Veloso, juntamente de outros como Torquato Neto, Gal costa, Tom Zé, o poeta José Carlos Capenam, o maestro Rogério Duprat, Nara Leão e mais, buscavam incorporar à MPB elementos da música pop, sem esquecer aqueles nomes que prestaram um importante papel no movimento evolutivo da nossa música.
Liberdade é a palavra fundamental do tropicalismo, que revolucionou a música popular brasileira, até então dominada pela Bossa Nova.
O antropofagismo é mais um ciclo dentro do segundo movimento modernista iniciado em 1928 por um grupo de intelectuais paulistas chefiados pó Oswald de Andrade , no movimento Pau Brasil, na semana modernista de 1922.
Visava captar "uma outra nação" de enlances profundos, de fazer uma renovação no Brasil e procurar alcançar uma síntese de consciência nacional.
Além disso, o tropicalismo não foi um movimento puramente musical, foi um comportamento adotado por todos os gêneros artísticos.
No teatro, surgiu "O rei da vela" de Oswald de Andrade, dirigido por José Celso Martinez Corrêa, além dos famosos, "Parangolés", do artista plástico Hélio Oiticica e "Roda Viva", de Chico Buarque, também dirigida pó José Celso Martinez Corrêa ; no cinema, o filme como "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade; na televisão, o programa do Chacrinha, misturando todas as classes sociais e culturais e, no jornal, através dos textos de Nelson Mota, Ruy Castro e Torquato Neto.
"Essa história de "ismos" é muito chata, reduz a coisa momentânea, e a Tropicália é uma coisa de repercussão enorme, além do prazo.Torquato Neto
E eu queria dizer aqui é uma Tropicália, no sentido da música, foi uma radicalização tão grande quanto a poesia concreta também foi no sentido da poesia. Quer dizer, a gente mexeu exatamente com a forma da música brasileira. E eu acredito sinceramente que isso é coisa importante em qualquer processo cultural. Ou você mexe com a forma ou não mexe com nada."
III Festival de Música Popular Brasileira
Foi um movimento surgido em 1967 que revolucionou o modo de fazer a música popular brasileira. Ele chamou a atenção do público na terceira edição do Festival de MPB da emissora Record.
Ficando em 4º lugar, cantando "Alegria,Alegria", Caetano Veloso. Utilizando guitarras elétricas, onde na época foi um escândalo, já que elas eram consideradas ícones do imperialismo americano. Porém o objetivo era, tornar nossa música mais universal e próxima dos jovens.
As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.
Para melhor compreendimento anexo abaixo um documentário.
UMA NOITE EM 67
Origem das Músicas
Alegria, Alegria
A polêmica de "Beto Bom de Bola"
O festival de 1967 foi marcado pelas vaias. O clima do festival parecia de torcida de futebol, em que as músicas preferidas eram ovacionadas, e as outras, hostilizadas, lembrando que boa parte do público presente no auditório integrava uma nascente esquerda universitária.
Um acontecimento marcante nesse festival foi a vaia estrepitosa, seguida da reação irada do cantor Sérgio Ricardo, quando fora defender sua canção "Beto Bom de Bola",música que contava a ascensão e a queda de um jogador de futebol, que teria alcançado a glória e depois esquecido.
Sérgio Ricardo, ao contrário de Gil, Chico e Caetano, não era um novato. Era um compositor conhecido, apenas para exemplificar, foi ele o responsávcel pela trilha sonora de Deus e o Diabo na Terra do sol, de Glauber Rocha.
Quando foi se apresentar, Sérgio Ricardo, mesmo antes de começar a cantar, foi recebido com duras vaias. Sérgio, então, pede calma ao público, diz que o público vaia a si mesmo, mas de pouco adiantou.
Zuza Homem de Mello (que era técnico de som do festival e que escreveu um magníficio livro chamado A era dos Festivais), revela que teve que desligar todos os microfones da plateia e ligar apenas os do palco.
Sergio Ricardo tentou seguir, mesmo com as vaias. No entanto, com tamanho barulho, Sergio terminou por desafinar, entrar em dessincronia com o conjunto que o acompanhava, o ritmo atravessava.
Em determinado momento, ele chegara a afirmar que iria mudar o nome da música para "Beto bom de vaia”.
Nada adiantou. Já no fim da canção, Sergio Ricardo bradara para o público: “Vocês ganharam! Vocês ganharam! Isso é o Brasil subdesenvolvido! Vocês são uns animais!”.
E a cena que ficou para a história: o violão sendo espatifado, contra um suporte que estava no palco, e em seguida arremessado à plateia.
Zuza Homem de Mello assim narrou o fato, no seu já citado livro A era dos festivais:
Viria então a sétima música da final, com a qual Sérgio Ricardo mantinha esperanças de vencer, uma certa ilusão ante uma das mais fracas composições de sua bela obra. Antevendo a possibilidade de se repetirem as manifestações da eliminatória, Blota Jr. Fez um pequeno nariz-de-cera, pediu atenção para o novo acompanhamento em “Beto Bom de Bola” e um voto de confiança na sua apresentação. Sorridente e confiante, Sérgio, com um pé sobre o banquinho, aguardava que o bulício do público se extinguisse e, diante da inquietação que existia, em vez de começar, tentou dialogar com a platéia: “Eu quero que vocês me ouçam um instante. Aqui na platéia há gente inteligente”. Quem estava no fosso lar “Canta! Canta!”. Sérgio continuou: “Vocês podem vaiar. Depois deste festival a minha música vai chamar “Beto Bom de Vaia”. A blague surtiu um efeito desastroso. Em vez de se aquietar, a platéia se excitou; surgiram vaias assustadoras e grande parte do público ficou de pé como se ouvisse uma caçoada. Na coxia, o nervosismo aumentou, e todos o compeliam a cantar de uma vez. Sérgio ainda tentou convencer o público: “Atenção.. um minutinho”. Não conseguia ser entendido, as vaias ensurdecedoras encobriam com folga o som de sua voz. Apenas o seu microfone Philips, duro e apropriado para captar somente a voz do cantor, estava aberto e, ainda sim, ele mal era ouvido pelos alto-falantes.
Sérgio Ricardo, mais de 30 anos após o episódio, comentou o fato numa entrevista:
“Eles eram positivos para os novos compositores, que precisavam mostrar seus trabalhos. Eu já era conhecido e não deveria ter concorrido, mas para Chico, Gil, Caetano, Edu Lobo e outros, os festivais foram importantes. Hoje as gravadoras só pensam em retorno comercial e não em cultura. Isso é sério, porque pessoas de valor não encontram meios de divulgar seus trabalhos e os festivais cumpriam esse papel”.
A Cantora de " O Cantador"
A cantora Elis Regina ganha como melhor intérprete de "O Cantador" de Dori Caymmi e Nelson Motta.
A famigerada Passeata Contra a Guitarra Elétrica
Com o slogan “Defender O Que É Nosso”, a “Passeata da MPB”, que ficou conhecida como a “Passeata Contra A Guitarra Elétrica”, aconteceu em 17 de julho de 1967, em São Paulo, saindo do Largo São Francisco e desembocando diretamente no Teatro Paramount, na avenida Brigadeiro Luís Antonio, onde ocorreria o programa Frente Ampla da MPB.
Liderada por Elis Regina, mais as presenças de Jair Rodrigues, Zé Keti, Geraldo Vandré, Edu Lobo, MPB-4, e até Gilberto Gil, que entrou de gaiato, essa passeata colocava em confronto 2 tendências, uma conservadora e outra renovadora. Em entrevista a Júlio Maria, no C2+m/Entrevista, O Estado de São Paulo, de 28 de janeiro de 2012, Gil conta que era atraído por Elis, por quem era apaixonado : “…Eu participava com ela daquela coisa cívica, em defesa da brasilidade, tinha aquela mítica da guitarra, como invasora, e eu não tinha isso com a guitarra, mas tinha com outras questões, da militância, era o momento em que nós todos queríamos atuar. E aquela passeata era um pouco a manifestação desse afã na Elis”.
As músicas do Festival:
1-ponteio
2-domingo no parque
3-roda viva
4-alegria,alegria
5-Maria,carnaval e cinzas
6-Gabriela
7-bom dia
8-o cantador
9-samba de Maria
10-ventania
11-Beto bom de bola
EXTRAS......
Documentário "uma noite em 67 " via TV Cultura Paródia: Música Roda Viva |
Analise das músicas: Roda Viva
Vamos à letra Roda-viva: ela tem um chão histórico específico, ou seja, os obscuros anos da ditadura. É desse tempo que ela data e é o que esse tempo representou para a experiência brasileira que ela aborda e cifra. Eu falei em "cifra"? Sim, a palavra cifra tem, além da acepção comercial que conhecemos, o sentido de explicação de escrita hermética, enigmática, e, por extensão, passa a significar essa própria escrita. Decifrar é justamente tirar a cifra, tornar o texto claro, interpretá-lo. Como dissemos, a composição de Chico se originou em meio ao turbilhão da instauração da ditadura militar no Brasil. Ditadura que representava, para a cultura, simplesmente o fim da liberdade de expressão. Um meio muito utilizado na época (e, de um modo geral, em períodos não democráticos, no Brasil e em outros países) para driblar a censura foi a metáfora, o despistamento, a linguagem figurada, a cifra. Alguns escritores e jornalistas falavam aparentemente de flores e rouxinóis, quando estavam se referindo à situação político-social brasileira.
O que é roda-viva? Roda-viva é, conforme os dicionários, movimento incessante, corrupio,cortado; é ainda confusão, barulho. O texto menciona ações frustradas pela roda-viva.
Na letra a roda-viva está associada à morte, ao contrário do que indica a palavra. A roda ceifa, arranca aquilo que ainda está em desenvolvimento: a gente estancou de repente. A gente parou (de crescer) de repente. Note-se como é expressivo o uso de estancar, que nos faz lembrar imediatamente de sangue. Somos abortados na capacidade de decidir o próprio destino, de adquirir autonomia como um rio é barrado, como um fluxo de sangue é estagnado.
Essa espécie de vendaval arrebata a voz, o destino das pessoas e a capacidade de exprimir artisticamente seu sofrimento:arrebata-lhes ainda a viola . A roda-viva arrebata da gente a roseira há tanto cultivada e que não teve tempo de exibir tudo o que prometia.
A composição é cortada por dois movimentos: um expressa a ação empenhada, o trabalho sistemático, o desejo de ser o sujeito da própria história. A esse movimento pertence o querer ter voz ativa, o ir contra a corrente (da roda-viva), o cultivo ininterrupto da rosa, o tocar viola na rua e a saudade de tudo isso (na medida em que a saudade pode ajudar a reorganizar o pensamento e a luta). O outro movimento expressa a ação abortiva exercida pela roda-viva. Esse movimento vem expresso numa frase reiterada: "Mas eis que chega a roda-viva e carrega (o que quer que seja) pra lá". A conjunção "mas" sinaliza justamente essa mudança de direção, sinaliza ação adversa. A frase "eis que chega..." vem sempre ligada na letra a um tipo de estribilho, a uma fórmula aparentemente ingênua, que lembra as cantigas de roda: "roda mundo, roda gigante/ roda-moinho, roda pião/ o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração". Essa fórmula, inocente na aparência, dado seu teor caótico e quase surrealista (típico de enigmas, cantigas de ninar etc.) e a referência a brinquedos infantis (roda-gigante, pião), tem o efeito de exprimir um desnorteio, uma situação absurda, fora do esquadro. De fato, não é possível conceber a ditadura como algo natural. Ela não pertence à ordem da razão.
Esses movimentos descritos na letra são, portanto, de trabalho em curso e de sucessiva frustração. Isso descreve muito a experiência brasileira, tanto do ponto de vista social e político como do ponto de vista cultural. Quando estávamos começando a engatinhar na democracia, é instalado o regime totalitário, para o qual não existem indivíduos. Sufoca-se até a saudade (já cativa) de outros tempos.
Mas esse ambiente de tanto mal-estar foi filtrado por Chico Buarque com muita cautela: era preciso despistar a censura, daí a profusão de rodas e de versos encantatórios; era preciso dizer a verdade, daí o tumulto e a sensação de frustração advinda da mesma profusão de rodas, que diríamos serem antes de trator.
Chico BuarqueFrancisco Buarque de Hollanda nasce em 19 de junho de 1944, na cidade do Rio de Janeiro. Quando está com dois anos, sua família se transfere para São Paulo. Tanto seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, como sua mãe, Maria Amélia, gostavam de tocar piano e cantar com os amigos, entre eles Vinícius de Morais. Estuda violão com sua irmã Miúcha e, influenciado por João Gilberto, começa a fazer suas primeiras composições. Cursa até o terceiro ano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Seu primeiro compacto é lançado em 1965. Participa de alguns festivais de música popular brasileira e, em 1966, no II FMPB da TV Record, quando "A banda", música de sua autoria, divide o primeiro lugar com "Disparada". Escreve peças, compõe para cinema e teatro e lança vários álbuns, entre os quais: Construção (1971), Sinal Fechado (1974), Almanaque (1981) e Paratodos (1993). Chico publicou Fazenda Modelo (1974), Chapeuzinho amarelo, livro-poema para crianças (1979), A bordo do Rui Barbosa (publicado em 1981) , Estorvo (1991) e, em 1994, Benjamin, ambos pela Companhia das Letras.
Domingo no Paque
Se você considerar só o título "Domingo no parque", pode achar que se trata de uma canção festiva, ingênua... Mas não é bem assim, não. Você já viu um jogo de capoeira? Aliás: um jogo ou uma luta? É, em geral, usamos o verbo jogar nesse caso: "Fulano joga capoeira muito bem". Mas a capoeira pode ser também uma luta, com um sistema definido de ataque e defesa. Digamos que a letra de Gil de certa maneira se apóia nessa ambigüidade da capoeira. O ritmo da composição lembra em tudo o gingado desse jogo que se originou entre os escravos bantos (de Angola) no Brasil colônia.
É, o que está literalmente em jogo aqui é uma luta de morte. "Domingo no parque", à maneira das canções de Chico Buarque, é fundamentalmente uma canção narrativa, fazendo uso de um tempo verbal típico do gênero narrativo (ou épico), que é o pretérito: "trabalhava", "resolveu", "foi", entre outros. Os personagens são dois amigos: José, o rei da brincadeira, e João, o rei da confusão. O acontecimento trágico de que a letra dá notícia ocorrerá justamente num dia em que esses personagens contrariam, digamos assim, seus atributos: porque João escolhe a brincadeira, José se encaminha para a confusão, para a briga:
"A semana passada, no fim da semana,
João resolveu não brigar,
no domingo de tarde saiu apressado
e não foi pra ribeira jogar capoeira
não foi pra lá, pra ribeira, foi namorar".
Nesse trecho, aliás, notamos um recurso que vai ser usado em toda a letra: a anáfora, a repetição de palavras. Note que em "não foi pra lá, pra ribeira, foi namorar", o verbo "ir" aparece ora numa frase negativa, ora numa frase afirmativa, a qual é uma adversativa, com omissão do mas: "não foi pra lá (...), mas foi namorar". O nó da ação, ou seja, o seu ponto crítico, que vai precipitar o acontecimento trágico, é favorecido por esse desvio da rotina: João não vai brigar,(mas) vai namorar. E José? Corte na ação, agora o foco se concentra nele:
"O José como sempre no fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio
Foi no parque que ele avistou
Juliana
Foi que ele viu(...)'.
A reprodução do incidente se dá aos arrancos, por descontinuidades sintáticas e repetições:"Foi que ele avistou/ Juliana/ foi que ele viu Juliana na roda com João". É como se a descoberta de José ocorresse por partes: ele avista Juliana, mas ainda não vê tudo. O verbo "ver" aqui ganha o sentido de abarcar o conjunto, a totalidade, por oposição ao "avistar", que indica olhar segmentado.
É preciso lembrar que não estamos diante de um poema, mas de uma canção, em que letra e música se articulam e que está sujeita a variações de improviso. Conforme o arranjador ou o intérprete, algumas características podem ser enfatizadas. Assim, quando ouvimos Gilberto Gil cantar, primeiro temos "Ele viu", com o verbo "intransitivado"; depois temos "ele viu Juliana na roda com João", em que o verbo volta a ficar transitivo. Essa descontinuidade, essa interrupção da frase, expressa de alguma maneira a comoção de José diante do quadro funesto: o amigo com a sua amada. O choque dessa revelação se dá na linguagem também, que se torna impotente para dar conta de toda a carga dramática da situação. Os objetos, em si inocentes, que Juliana traz na mão, a rosa e o sorvete, vão crescer e adquirir estatuto de símbolo. Já não serão mais inocentes:
"O espinho da rosa feriu Zé
e o sorvete gelou seu coração".
Esses objetos, típicos de um alegre domingo no parque, ganham contornos de pesadelo. São metonímias,ou seja, são partes que valem pelo todo, são índices de algo maior. Lembra-se daqueles sonhos em que um objeto aparentemente simples parece indicar "algo mais" dada sua presença muito marcada e a insistência com que ele fica em nossa memória? Algo disso acontece aqui. Essa atmosfera onírica é intensificada com a repetição, a anáfora:
"O sorvete e a rosa - ê José,
a rosa e o sorvete - ê José".
Temos aqui uma subespécie de anáfora: o quiasmo, a repetição cruzada (formando X) de palavras:
sorvete e rosa
rosa e sorvete.
Veja outra repetição:
"Oi, girando na mente - ô, José
Do José brincalhão - ô, José
Juliana girando - oi, girando
Oi, na roda gigante - oi, girando
Oi, na roda gigante - oi, girando
O amigo João - João".
Tudo gira literalmente, inclusive a cabeça de José, que vai deixando de ser brincalhão. Há uma relação de proporção aqui: quanto mais brinca João, quanto mais gira a roda-gigante, mais José vai se tornando sério e mesmo beligerante. A seriedade de um aumenta conforme a disposição jovial e brincalhona do outro. A repetição do verbo girar mais o uso do gerúndio produzem um efeito hipnotizante. A roda-gigante, rodando, põe a girar também a cabeça e as idéias de José.
A visão terrível desencadeia a luta, toda descrita por metonímias: a roda girando, a faca, o sangue, o sorvete de morango, vermelho, como a prenunciar o desastre que advirá.
O ritmo da capoeira, mistura de jogo e luta, é glosado nessa canção. Visualize um capoeirista jogando: é esse movimento gingado, de avanço e recuo, que descreve o episódio de luta de morte entre João e José. A segunda-feira é de cinzas: amanhã não tem feira nem brincadeira. Nem João nem José. Gilberto Gil Gilberto Passos Gil Moreira nasce em Salvador, Bahia, a 29 de junho de 1942. Passa a infância em Ituaçu, interior baiano, onte tem contato com sanfoneiros e violeiros. Ouve também ídolos do rádio, como Luís Gonzaga. Em 1950 vai estudar em Salvador e, enquanto faz o ginásio, estuda também acordeom. Em 1960 ingressa na Universidade Federal da Bahia para cursar administração de empresas. Em 1963 lança seu primeiro disco, Gilberto Gil - sua música, sua interpretação. Participa de alguns festivais de MPB. Em 1968 lança o disco Gilberto Gil, ligado à tropicália, movimento que teve Gil e Caetano Veloso entre as figuras mais exponenciais. Em dezembro desse mesmo ano é preso em São Paulo, vítima do Ato Institucional nº5. Em Julho de 1969, exila-se em Londres, voltando ao Brasil somente em 1972. Lança vários discos, entre eles, Tropicália ou Panis et Circensis (1968), Um Banda Um (1981), Quanta (1997). Em 1990, é homenageado com o Prêmio Shell para a Música Brasileira, pelo conjunto de sua obra.
Alegria Alegria:
http://tropicaliaepoesia.arteblog.com.br/228548/Analise-da-musica-Alegria-Alegria-de-Caetano-Veloso/
Bibliografias:
http://www.almanaquebrasil.com.br/curiosidades-musica/11478-guitarras-vaiadas-e-violao-quebrado-marcaram-festival-de-67.html
http://anos60.wordpress.com/2012/04/02/a-famigerada-passeata-contra-a-guitarra-eletrica/
https://www.facebook.com/umanoiteem67
MELLO, ZUZA HOMEM DE, A Era Dos Festivais: Uma Parabola, EDITORA 34,2003.
http://www.festivaisdobrasil.com.br/Historias%20e%20%20textos/historiadosfestivais_parte03.htm
http://musicaemprosa.musicblog.com.br/262283/Beto-Bom-de-Bola-vaias-e-violao-quebrado-no-Festival-da-Record-1967/
http://culturabrasil.cmais.com.br/playlists/revisitando-1967
http://sanduichemusical.blogspot.com.br/2011/11/va-iii-festival-da-musica-popular.html
http://tvcultura.cmais.com.br/aloescola/literatura/poesias/chicobuarquedehollanda_rodaviva.htm
http://tvcultura.cmais.com.br/aloescola/literatura/poesias/gilbertogil_domingonoparque.htm
Festival dos Festivais - 1967 - Parte 1
Festival dos Festivais - 1967 - Parte 2
O Festival dos Festivais - 1967 - Parte 3
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ANO 1968
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REDATORES
7 Gabrielle Caroline Pereira 1C
11 Gabriele de Oliveira Faria 1D
12 Viviane lais Ribeiro Vieira 1D
3 Evelyn Aparecida Mauro 1B
4 Graziele Ap Marques de Souza 1B
Em 1968, os estudantes que vaiaram É Proibido Proibir aplaudiram apaixonadamente Para Não Dizer que Não Falei das Flores, de Geraldo Vandré.
As mudanças de comportamento entre os jovens na década de 60 tinham como idéias-chave "comunidade" e "tribo", servindo de base a um novo estilo de vida. Uma parte fundamental dessas mudanças se manifestou na esfera do prazer. A difusão da pílula anticoncepcional permitiu o sexo sem o risco de uma gravidez indesejada. O tabu da virgindade foi questionado, na teoria e na prática; as mulheres ganharam maior liberdade pessoal e profissional. Ter múltiplos parceiros no âmbito da tribo - da escola às comunidades hippies - tornou-se prática não condenada. O slogan "Paz e Amor" sintetizava a oposição à guerra e o direito à sexualidade livre.
Esse movimento, início de uma profunda revolução de costumes, deu aos jovens a oportunidade para negociar regras, transgredir leis e modificá-las, ultrapassar limites e, em especial, experimentar novas formas de relacionamento.
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