Na década de 1960 e
1970 o Brasil vivia sob o regime político ditatorial,que por meio de seu
autoritarismo e repressão, mantinha o controle em vários aspectos da vida
social brasileira,principalmente na área da cultura. Apesar do DOPS -Departamento de
Ordem Política e Social, criada para manter o controle do cidadão e vigiar as
manifestações políticas na ditadura - surgiram várias formas de protestos
contra o regime, uma delas:canções de cunho social...
Foi um movimento surgido em 1967 que
revolucionou o modo de fazer a música popular brasileira. Ele chamou a atenção
do público na terceira edição do Festival de MPB da emissora Record, com forte teor político. Nesse show, Caetano
Veloso cantou “Alegria, Alegria” acompanhado por guitarras elétricas. Foi um
escândalo, já que elas eram consideradas ícones do imperialismo americano (e a
MPB sempre esteve associada ao violão, especialmente na bossa nova).
Mas o objetivo era exatamente este: arejar a
elitista e nacionalista cena cultural brasileira, tornando nossa música mais
universal e próxima dos jovens.
Enquanto Gil e
Caetano tinham um projeto consciente para a música brasileira, Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias se aproximaram do
movimento porque sentiram que, com ele, poderiam fazer seu som descompromissado
e cheio de ironia. Estavam mais para o rock dos Beatles do que para a crítica
política da Tropicália.
Em 1969, assim como Caetano, foi preso pela ditadura
militar e partiu para o exílio político, marcando o fi
m do Tropicalismo.
Em maio de 1968, os
tropicalistas gravaram um álbum coletivo chamado Tropicália ou Panis et Circensis. Caetano coordenou o projeto que ficou com cara de
manifesto. Canções inéditas de sua autoria, ao lado de outras de Gil, Torquato
Neto, Capinam e Tom Zé faziam parte do trabalho. Os Mutantes, Gal Costa e Nara
Leão, além do maestro Rogério Duprat, autor dos arranjos, completavam o time
vencedor.
.. E O FIM..
Antes de fins sociais
e políticos, a Tropicália foi um movimento nitidamente estético e
comportamental. Com tantas provocações, as reações à Tropicália começaram a se
tornar mais agressivas e os confrontos começaram a aparecer. Dentre os mais
famosos está o que ocorreu durante o III Festival Internacional da Canção, no
Teatro da Universidade Católica de São Paulo.
Caetano Veloso foi
agredido com ovos e tomates pela platéia ao defender com Os Mutantes a canção ”É
Proibido Proibir”, que compôs a partir de um slogan do movimento
estudantil francês. O compositor irado reagiu com um discurso que ficou para a
história. "Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o
poder?"
Com o crescente
endurecimento do regime militar no país, as interferências do Departamento de
Censura Federal já eram práticas de rotina. Canções tinham versos inteiros
cortados, ou eram mesmo vetadas integralmente. O decretação do Ato
Institucional número 5, em 13 de dezembro de 1968, oficializou de vez a
repressão política a ativistas e intelectuais.
Em 27 de dezembro de
1968 Caetano e Gil foram detidos e com isso a Tropicália se enfraqueceu, embora
a morte simbólica da corrente já tivesse sido decretada em reuniões do grupo.
Mas, o movimento que mesclou manifestações tradicionais da cultura brasileira a
inovações estéticas radicais da época seguiu influenciando grande parte da
música popular produzida no país pelas gerações seguintes.